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28 de Abril - DIA NACIONAL DA CAATINGA




Saudações Ambientais

O Papo de hoje é sobre a "Caatinga", um dos mais exóticos e ameaçados biomas brasileiros. Mas o que é a Caatinga? A palavra Caatinga deriva do termo tupi "Caa" (mata) e "tinga" (branca), ou seja "mata branca". Este nome decorre da paisagem esbranquiçada apresentada por sua vegetação no período da seca, já que, a maioria das plantas, perdem suas folhagens e troncos, tornando-se esbranquiçados e secos. A Caatinga é considerada um bioma exclusivamente brasileiro, pois não pode ser encontrada em nenhum lugar do planeta a não ser em nosso país. Típica da região Nordeste, a Caatinga ocupa uma área de aproximadamente 850.000 Km², isto é, cerca de 10% do território nacional, e abrange os estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais.




O clima na região da Caatinga é bastante árido e sua precipitação anual varia entre 300 mm a 800 mm. Sua flora constitui de espécies "xerófitas" (formação seca e expinhosa, resistente ao fogo e, praticamente sem folhas), e "caducifólias" (formação com folhas, que as perdem na época da seca), sendo totalmente adaptadas ao clima quente e seco.




Podemos ainda, dividir o bioma entre "Agreste" e "Sertão". O Agreste (faixa 3 da figura abaixo), compreende-se como uma faixa de transição entre o interior seco do Nordeste e a Mata Atlântica. Já o Sertão (faixa 2 da figura abaixo), compreende a faixa do interior nordestino.




O Seminário de Planejamento Ecorregional da Caatinga, realizado em 2008 pela "The Nature Conservancy do Brasil", propôs a divisão do bioma em 8 micro-regiões: o Complexo do Campo Maior, o Complexo do Ibiapaba-Araripe, a Depressão Sertaneja Setentrional, o Planalto da Borborema, a Depressão Sertaneja Meridional, as Dunas do São Fransisco, o Complexo da Chapada Diamantina e o Raso da Catarina. Nestas micro-regiões foram registradas até o momento, 1000 espécies de plantas, estimando-se ainda haver um total de 2000 a 3000 espécies ainda não catalogadas. Os principais representantes do reino vegetal na Caatinga são: a Aroeira, o Mandacaru, o Juazeiro e a Amburana (visite o Mural Verde do Papo para ver).







A fauna da Caatinga apresenta baixas densidades de indivíduos e poucas espécies endêmicas, porém, apesar da pouca densidade, foram registradas 17 espécies de anfíbios, 44 répteis, 695 aves e 120 mamíferos, num total de 876 espécies de animais vertebrados e pouco se conhecendo em relação aos invertebrados, assim sendo considerada a Caatinga, um dos biomas menos estudados dentre os biomas brasileiros. Dentre os animais da Caatinga, destacam-se: o Sapo Cururu, Asa-Branca, Cutia, Gambá, Preá, Veado-Catingueiro, Tatu-Peba e o Sagui-de-Tufos-Brancos. Dentre os animais mais ameaçados de extinção, podemos destacar a Ariranha-azul, da qual não se tem registro desde o final de 2000.



Em termos hídricos, a área da Caatinga é cortada pelos rios São Francisco e Parnaíba, que recebem a contribuição de diversos afluentes que nascem ali.


Rio São Francisco - SE

 
 Rio Parnaíba - PI

Em alguns locais, podemos encontrar os famosos "brejos" (verdadeiros oásis no meio do deserto). Mesmo em épocas de seca intensa (quando a Caatinga se assemelha a um deserto), os brejos são locais ricos em nutrientes e bastante propícios ao cultivo e a subsitência de variadas espécies de animais.


Quanto á densidade demográfica, na região da Caatinga, vivem cerca de 20 milhões de brasileiros, quase 23% da população brasileira, que convivem com longos períodos de estiagem e a irregularidade climática. A Caatinga é também um região que apresenta as localidades com menor concentração de renda do país, o que de certa forma, contruibui para a degradação ambiental como forma de subsistência.

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