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27 de Maio - DIA DA MATA ATLÂNTICA

fonte: photonativa.blogspot.com 

Considerada Patrimônio Mundial da UNESCO, a MATA ATLÂNTICA possui apenas 10% de sua mata nativa. É um dos biomas de floresta tropical, mais ameaçados do planeta, pois sua região está ocupada pelos seres humanos há mais de 10.000 anos. Contudo, foi á partir da colonização européia, que mata passou por um intenso desmatamento desenfreado pela ocupação urbana.

fonte: educador.brasilescola.com

No Brasil restam 7% da sua mata original, sendo fragmentada em dois corredores ecológicos ligando os principais remanescentes das florestas: do sul da Bahia e norte do Espirito Santo (Corredor Central) á região da Serra do Mar e Serra dos Órgãos (Corredor da Serra do Mar). Os outros 3% remanescentes da mata se dividem entre o Paraguai e a Argentina que tentam resguardar esses trechos com a “Lei do Corredor Verde”, tendo a Argentina o maior trecho de contínuo da mata, cerca de 10.000 km².

fonte:colunas.revistaepoca.globo.com

A TRISTE HISTÓRIA DE UMA MATA EXTINTA

Acredita-se que na era Glacial, a Mata Atlântica teria sido o refúgio de grande biodiversidade. Os registros de pólen demonstram tal teoria e esta hipótese explicaria o alto grau de endemismo que a mata possui.

fonte: www.investigacionyciencia.es 

Com a chegada dos portugueses em 1500, iniciou-se um processo intenso de desmatamento provocado por sua ocupação e principalmente pela extração do “Pau-brasil”, o qual levou o Brasil ser considerado pelos portugueses como a “Terra Brasilis”.

fonte: www.mundoeducacao.com.br

A colonização portuguesa se estabeleceu e se iniciou o cultivo de cana-de-açucar e trigo sem se ter uma preocupação ecológica com o solo, pois, ao contrario do que havia ocorrido em suas colônias na Ásia, os portugueses não demonstraram interesse na preservação do bioma americano.

fonte: acucarcolonial.zip.net

No século XVIII, acredita-se que 30.000 km² da mata tenham se deteriorada devido ao “Ciclo do Ouro”, principalmente em Ouro Preto, Minas Gerais.

fonte: brasilarqui.wordpress.com

Ao final do século XVIII, com a extração de outras espécies de madeira para a construção de navios portugueses, Rodrigo de Sousa Coutinho delineou planos de como explorar a floresta de uma forma mais sustentável, contudo, apenas conseguiu irritar o setor madeireiro que continuou sua devastação desenfreada a serviço da coroa portuguesa.

fonte: marinhadeguerraportuguesa.blogspot.com

Com a independência do Brasil, houve uma distribuição das terras entre as elites locais, surgindo assim extensas áreas de dimensões gigantescas, pois não havia mais a intervenção da Coroa portuguesa.  A conseqüência disto foi uma desenfreada exploração dos recursos da mata, o que refletia a mentalidade escravocrata da época.

fonte: www.geledes.org.br

Já No “Ciclo do Café”, a Mata Atlântica teve um acentuado desmatamento devido ao seu plantio no solo da mata primária, o que acabou expandindo o desmatamento para muitas áreas florestais do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e, principalmente, em São Paulo. É no estado de São Paulo que se nota claramente uma correlação entre o avanço dos cafezais e a derrubada da Mata: até 1886 foram derrubados 28.000km² de florestas em função do plantio do café, a uma taxa de 720km² por ano.

fonte: logdaanima.blogspot.com

A Proclamação da República trazia esperança de “progresso” ao país, entretanto, a construções das “ferrovias” só acelerou o processo de devastação da Mata. Processo este, que avançava de acordo com as linhas férreas, algo totalmente contrário ao ideal de progresso á manutenção da floresta.

fonte: www.skyscrapercity.com

Contudo, o progresso da Proclamação da República estava apenas arquitetando o golpe final á devastação da Mata Atlântica. Foi no século XX, que a mata passou pelos maiores índices de desmatamento da história causado pelo homem. Só no estado de São Paulo, por conta do ciclo do café, no século XIX, conservava 59% da mata nativa até em 1907. Contudo, em menos de 70 anos, isso foi reduzido á menos de 9%, cerca de 20.699 km².

fonte: geoconceicao.blogspot.com

A continuação do processo de desmatamento da Mata Atlântica se deu pela crescente urbanização e industrialização do país, resultante de um aumento da densidade demográfica litorânea.

fonte: pibmirim.socioambiental.org

Para acompanhar este crescimento demográfico e industrial, foram construídas “hidrelétricas” (bacia do rio Paraná), o qual contribuiu para o aumento do corte de madeira,  alagamento de florestas nativas e unidades de conservação antes consolidadas, dentre elas o “Parque Estadual Morro do Diabo” e a “Reserva Estadual Lagoa São Paulo”, ecossistemas riquíssimos, levando por exemplo, uma espécie de mamífero: o “Cervo-do-Pantanal”, á beira da extinção da região da Mata Atlântica.

fonte: cerradoaguiacinzenta.blogspot.com

A área da Mata Atlântica no Brasil era originalmente de 1.315.460 km² chegando a abranger quase 17 estados do país, ou 15% do território nacional. Atualmente sua área remanescente é de 102.012 km², ou 7,9% de sua área original.

fonte: acquaflatsubatuba.blogspot.com

Da flora, 55% das espécies arbóreas e 40% das não-arbóreas são endêmicas, ou seja, só existem na Mata Atlântica. Das bromélias, 70% são endêmicas dessa formação vegetal e das palmeiras 64%. Estima-se que 8.000 espécies vegetais sejam endêmicas da Mata Atlântica.

fonte: photonativa.blogspot.com

Observa-se também que 39% dos mamíferos dessa floresta são endêmicos, inclusive mais de 15% dos primatas, como o "Mico-leão-dourado".

fonte: style.greenvana.com

É também no domínio da Mata Atlântica, que se localiza um dos maiores aqüíferos do mundo: o Aqüífero Guarani.
fonte: www.hidroplan.com.br
A FLORA ATLÂNTICA
Devido á grande extensão litorânea, a Mata Atlântica interliga-se com muitos outros biomas, o que lhe confere uma rica biodiversidade e uma variedade de fitofisionomias. Isso quer dizer que, devido á grande quantidade de conexões entre a Mata Atlântica e outros biomas (como por exemplo a Floresta Amazônica), a Mata Atlântica é classificada segundo o CONAMA, em 8 tipos de florestas:


fonte: www.rbma.org.br

Floresta Ombrófila Densa
Localizada nas escarpas da cordilheira atlântica, entre o sul da Bahia, norte do Espirito Santo e litoral de São Paulo (Serra do Mar). Caracterizada por alta pluviosidade, devido á influencia de massas de ar úmidas.

fonte: r.viarural.com
Floresta Ombrófila Aberta
Floresta restrita ao nordeste por se conectar com a Floresta Amazônica. Localiza-se entre o Maranhão (Mata dos Cocais) e em pontos isolados das florestas de “babaçu” no Espírito Santo e Pernambuco.


fonte: naturezadivina.org.br

Floresta Ombrófila Mista
Caracterizada pela ocupação da espécie “Araucária”, localiza-se no planalto meridional brasileiro, nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, podendo eventualmente ocorrer em áreas isoladas da Serra do Mar.  Devido ao alto grau de desmatamento que sofreu essa fitofisionomia, é difícil encontrar áreas em que se apresentam grandes aglomerações da Araucária, visto que elas são geralmente encontradas na floresta madura ou em graus avançados de regeneração.

fonte: www.alunosonline.com.br

Floresta Estacional Decidual
Caracterizada pela perda em mais de 50% das folhas na estação seca, a floresta estacional decidual aparece em solos ricos em calcários. Localiza-se no interior da Bahia, Minas Gerais, Tocantins e Goiás.


fonte: ww2.uol.com.br

Floresta Estacional Semidecidual
É uma formação caracterizada em regiões onde existem uma sazonilidade no regime das chuvas, sendo localizada em grande parte do interior do Brasil, ocupando principalmente a bacia do “Rio Paraná”.


fonte: ww.riosvivos.org.br
Manges
Considerada a vegetação primária da Mata Atlântica, caracteriza-se pela adaptação á águas salobras e solos instáveis do litoral. Localizada em abundancia em manguezais de Pernambuco e na bacia do Paranaguá, no Paraná, sendo a espécie “Rhizophora mangle”, sua maior representante.


fonte: cermangueufma.blogspot.com

Restingas
É a vegetação da zona praiana com influencia direta das marés, alta salinidade no solo e estabilidade na areia.

fonte: ww.infoescola.com 

Campos de Altitude   
Vegetação típica de clima montanhoso que variam de 1000 á 2000 metros de altitude. Localizados na Serra do Espinhaço, “Serra da Mantiqueira” e Serra do Mar. A espécie “Vellozia compacta” é uma representante nos platôs ferruginosos de Minas Gerais.


fonte: www.kew.org

A FAUNA ATLÂNTICA
A Mata Atlântica até 1999, possuía 261 espécie de mamíferos, 1020 espécies de aves, 197 espécies de répteis, 340 de anfíbios e 350 de peixes. Dentre os mamíferos se destaca o Mico-leão-dourado e o “Bicho-preguiça”.


fonte: extintos-thathaah.blogspot.com

Dentre as espécies de aves, podemos destacar o “Tucano-de-bico-preto” e o recém descoberto “Bicudinho do Brejo”.


fonte: colunistas.ig.com.br

Dentre as espécies de anfíbios destacam-se o sapo da espécie “Hypsiboas semilineatus”, provável espécie que se abrigou na Mata Atlântica durante o período glacial.


fonte: cienciahoje.uol.com.br

Dentre os répteis, destacam-se uma recém espécie de jararaca descoberta, a “Bothrops muriciensis”.


fonte: tudolevaapericia.blogspot.com

Dentre as espécies de peixe, destacamos os recém descobertos “Listrura boticario” e o” Moenkhausia bonita”.


fonte: blogs.estadao.com.br

Após 500 anos de colonização européia, a Mata Atlântica passou por mudanças drásticas que a reduziram a menos de 10% de sua cobertura original: seus remanescentes estão basicamente restritos à fragmentos na província de Misiones, na Argentina, e às escarpas da Serra do Mar. A história do desmatamento da Mata Atlântica reflete a história da América Latina, especialmente do Brasil, e essa mesma história dramática pode se repetir novamente, na outra grande floresta sul-americana: a Floresta Amazônica.

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